segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Arábia Saudita multa 6 homens por deixarem mulheres dirigi

Mulheres dirigem um carro em Riad nesta sexta-feira em apoio à campanha Women2drive
A polícia da Arábia Saudita multou nesta semana seis homens que permitiram que mulheres sob sua tutela dirigissem carros - o que viola as leis do país. A informação foi divulgada nesta quarta-feira pelo jornal Al Sharq. A Árabia Saudia é o único país do mundo que proíbe as mulheres de conduzirem veículos. 


Segundo o Al Sharq, que citou como fonte um porta-voz da polícia, Mansur al Shagra, a maior parte das “infrações” foi registrada em praias e áreas desabitadas. Os homens multados terão que pagar 900 rials sauditas (aproximadamente 500 reais).
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As multas foram impostas justamente quando um grupo de ativistas sauditas iniciou nesta semana uma campanha na internet para exigir que as mulheres do país possam dirigir. O grupo vem convocando mulheres para saírem às ruas com seus carros no dia 26 de outubro, como forma de desafiar a proibição, baseada numa "fatwa" (decreto religioso) emitida por uma autoridade do país nos anos 1990.
Segundo reportagem do jornal britânico The Daily Telegraph, integrantes da Majlis al-Ifta' al-A'ala, o mais alto conselho religioso do país, afirmaram em 2011 que o fim da restrição provocaria um surto de “prostituição, pornografia, homossexualidade e divórcio” no país.
No mesmo ano, a Anistia Internacional denunciou que uma mulher foi sentenciada a dez golpes de chibata por desafiar a proibição – a pena depois foi suspensa. Outras foram presas. À época, foi organizada uma das primeiras campanhas contra o veto às mulheres. O rosto mais conhecido do movimento foi o de Manal al-Sharif, uma ativista saudita que “estrelou” um vídeo postado no YouTube em que aparecia ao volante. Depois da publicação, ela chegou a ser presa, mas foi solta sob fiança nove dias depois.
Como a Arábia Saudita não possui uma rede de transporte público eficiente, as mulheres acabam dependendo dos homens para poder se deslocar.
(Com agência EFE)

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